Num clima de revolta contra a atitude da direção
da APLB Sindicato, que representa os profissionais
em educação em Ipirá, a Câmara
de Vereadores de Ipirá, realizou a última
Sessão do ano, na manhã desta terça-feira
(18) e logo após foi realizado um almoço
de confraternização entre vereadores,
funcionários da Casa e amigos do legislativo,
no restaurante Augustos.
Numa Sessão em que todos os dez vereadores
fizeram questão de usar a Tribuna, o tema principal,
foi a atitude da direção da APLB em
Ipirá, em divulgar em seu blog na internet
e distribuir panfletos pela cidade com a foto dos
oito vereadores que votaram a favor da emende do vereador
Manoel de Lica, que mudou as eleições
diretas para os cargos de diretores e vices nas escolas
municipais para janeiro de 2009. Além das fotos,
o panfleto trazia recomendações para
não votarem mais nos referidos vereadores e
os chamava de “traidores” e “boi
de piranha”, expressões que causou revolta
em todos, que se manifestaram por votarem uma moção
de repúdio contra os dois dirigentes, que segundo
os vereadores são os mentores do panfleto,
professores Arismário Sena e Fabio Leite. Apenas
o vereador Ademildo Almeida, que não teve seu
nome no panfleto, por ter votado contra a emenda,
ficou contra e moção de repúdio
e quando fez uso da Tribuna, tentou amenizar o clima
de revolta que estava entre seus colegas de Câmara,
tentando explicar que os sindicalistas estavam apenas
expressando seu descontentamento com a emenda, pois
eles entendiam que não cabia a Câmara
fazer qualquer tipo de emenda, já que o projeto
havia sido discutido entre a entidade e o executivo
e de comum acordo chegaram àquela redação
final.
Para o vereador Benedito do Leite, os vereadores não
têm obrigação de fazer a vontade
de quem quer que seja, pois tem autonomia de decidirem
o que acham melhor para o município e votaram
a favor da emenda, porque entenderam que no momento
era o melhor para todos, já que 2008 será
um ano político, as eleições
para as direções dos colégios
municipais poderiam sofre influências partidárias.
José Luis Carneiro lamentou a atitude dos sindicalistas
e em especial do professor Arismário Sena,
que segundo ele, seu amigo, mas foi infeliz com a
divulgação do panfleto, tentando denegrir
a imagem dos oito vereadores.
O vereador Manoel de Lica, que foi tachado no panfleto
como “boi de piranha”, por ter sido o
autor da emenda, explicou que a emenda não
é contra a classe dos professores, mas apenas
adiava as eleições para a direção
das escolas, pois entendia, que se as eleições
acontecessem em 2008, influências políticas
partidárias poderiam atrapalhar e se aqueles
que agora estão protestando realmente quisessem
o melhor para a classe, estariam até lhe elogiando,
mas a revolta dos sindicalistas não expressa
a vontade de todos os professores, pois na realidade,
está demonstrado que os sindicalistas queriam
usar o momento para tirarem proveito político
para suas candidaturas nas próximas eleições
municipais.
O vereador Weima Fraga também demonstrou sua
revolta com a atitude dos sindicalistas e afirmou
que tinha certeza que a grande maioria dos professores
não concordava com a divulgação
do panfleto, o que demonstra ser uma atitude isolada
dos dois dirigentes que no máximo contam com
o apoio de meia dúzia que também tentam
se aproveitar dos cargos que exercem na APLB para
tentarem tirar proveitos políticos partidários.
Para o vereador Mundinho de Almir, as eleições
para direção das escolas em 2008, apenas
serviriam de trampolim político para aqueles
que já tentaram e nunca conseguiram chegar
a Câmara de Vereadores e iriam tentar através
da pressão, usar as escolas para fazerem seus
redutos políticos. “Em 2009, sem pressão
política, independente de quem seja o prefeito,
se escolhe quem realmente possa demonstrar compromisso
com as escolas e suas comunidades” finalizou
Mundinho de Almir.
O vereador Hermes Passos, - Erminho – não
estava presente na Sessão em que a emenda foi
votada e por isso não teve o nome divulgado
no panfleto, mas se disse solidário com seus
colegas tachados de “traidores” e ficou
a favor da moção de repúdio,
pois entende que os sindicalistas teriam que ter mais
respeito pelo legislativo que tem autonomia de decidir
o que achar melhor para a comunidade e como tal, entenderam
por sua grande maioria, que o melhor momento para
as eleições das direções
dos colégios municipais seria janeiro de 2009
e assim tem que ser.
O líder da oposição, vereador
Mundinho de Nova Brasília, que se absteve de
votar na emenda, mas também foi chamado de
“traidor”, se disse decepcionado com os
dois sindicalistas, pois até aquele momento,
nunca tinha dado motivos para nenhuma pessoa lhe tratar
com estas expressões e seus filhos estavam
muito sentidos, pois em toda sua vida, sempre procurou
se conduzir de forma correta e honesta, dando exemplo
para seus filhos e se viu tratado de forma desrespeitosa
pelos dois professores, Arismário e Fábio,
mentores do panfleto, principalmente porque sempre
teve uma consideração e admiração
por eles, mas não pode admitir que eles queiram
determinar o que a Câmara tem que aprovar ou
não.
Deteval Brandão, vereador líder do prefeito
na Câmara, afirmou que a Mesa da Casa deverá
divulga uma nota de esclarecimento na imprensa, pois
entende que a emenda aprovada, não foi contra
a categoria dos professores, mas apenas adiava as
eleições de 2008 para 2009. “Quem
está revoltado não são os professores,
que na verdade não teriam grandes benéficos
com estas eleições e sim aqueles que
imaginavam em manipular estas eleições,
para tirar proveito político partidário
nas suas candidaturas nas eleições municipais.
Todos os direitos da categoria inseridos no bojo do
projeto foram aprovados por unanimidade pelos vereadores.
Nunca pensamos em ser contra esta gloriosa categoria.
Mas o que não podemos aceitar é que
baderneiros, travestidos de líder sindical,
queiram impor suas votadas em detrimento dos direitos
dos reais representantes do povo, escolhidos e aprovados
nas urnas”, enfatizou Deteval.
O presidente da Casa, vereador Aníbal Ramos
Aragão também fez uso da Tribuna para
expressar seu descontentamento com a divulgação
do panfleto e afirmou que atitudes como estas, têm
certeza que não partiu da maioria da categoria
que a APLB representa, mas sim de meia dúzia,
que se deixam conduzir pelos dois professores, Arismário
Sena e Fábio Leite, dois baderneiros, que na
realidade usam a condição de lideres
do sindicato para seus próprios interesses.
“Nenhum vereador nunca votou nada que viesse
prejudicar os professores, até porque minha
esposa também é professora. O Projeto
que melhora as condições da categoria
foi votado e aprovado por unanimidade. Tudo que virá
de benefício para a classe foi aprovada. Os
baderneiros ficaram nervosos com a emenda que muda
as eleições para escolha de diretores
e vices para 2009, porque o plano deles era tirar
proveito em 2008, ano eleitoral, quando das suas candidaturas
para vereador. A escolha dos diretores agora não
iria beneficiar em nada os professores, mas era uma
meta dos dois sindicalistas, pois eles acreditavam
que conseguiriam eleger seus cupichas e fazerem das
escolas seus redutos políticos partidários.
A projeto já teve sua primeira votação
e deveria receber a segunda votação
hoje, mas ele vai ser retirado de pauta e convocaremos
uma comissão de professores, fora da APLB para
conversarmos e só depois é que o Projeto
receberá a segunda votação. Estamos
encerrando o período legislativo hoje, mas
se preciso for, convocaremos a Câmara extraordinariamente
para dar a segunda votação no Projeto,
mas isso só vai acontecer depois que os vereadores
tiverem uma reunião com uma comissão
de professores e nesta reunião não será
permitido a presença de nenhum daqueles que
representam a APLB”, encerrou sua participação
na Tribuna Aníbal Aragão.
O vereador Ademildo Almeida ainda tentou reverter
à situação, pedindo para que
o tema fosse colocado em votação e por
seis votos a favor e quatro contra, o Projeto que
Regulamenta o Plano de Cargos e Salários dos
professores foi retiro de pauta e não recebeu
a segunda votação. |
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